Não é necessário ser rico para viajar, mas é necessário fazer escolhas e um pouco de sacrifício para economizar no dia-a-dia e conseguir juntar dinheiro para realizar uma viagem.

Há pessoas que gostam de fazer viagens mais sofisticadas, com muito luxo em resorts paradisíacos, porém quem não gosta não é mesmo? Mas se você cansou de optar por esperar em ter estabilidade financeira para fazer uma viagem dessas, quer colocar um mochilão nas costas,  viajar com o que você tem e começar a explorar esse mundão, essas dicas podem te ajudar!

Sou daquelas que sempre procura fazer viagens econômicas. Não diria que sou aquela mochileira que acampa em qualquer lugar e que economiza na comida para gastar nos pontos turísticos locais, pelo contrário, sempre pesquiso muito por acomodações com bons feedbacks e bom preço na internet, me alimento bem nas viagens (apesar da minha mãe nunca acreditar) e, o mais importante, consigo explorar bastante os lugares turísticos e não turísticos, sem excluir aquela parte da viagem que adoramos conhecer em outro ambiente: a vida noturna.

Já que nesse blog quase todos os roteiros são baseados em viagens econômicas, juntei as minhas dez principais dicas para ajudar você, que quer começar a planejar sua viagem!

Planejamento é tudo

Vamos começar do início! Às vezes as pessoas não sabem o quanto um bom planejamento faz diferença no orçamento total de uma viagem. Eu sempre planejo minhas viagens com, no mínimo, um ano de antecedência. Planejar não necessariamente significa começar a pagar, mas com esse tempo de antecedência você já consegue saber quando vai poder embarcar, quanto vai precisar investir e qual vai ser sua estratégia para chegar nesse valor que você vai precisar juntar.

E como começar esse planejamento? Primeira coisa é definir o destino! Pesquise bastante sobre ele, veja sites de viagem, comece a ver o custo da passagem e a melhor época para viajar.

Segundo, defina a data da viagem. Isso depende muito de cada um, certo? Por que tem pessoas que tem flexibilidade de datas, outras pessoas só podem viajar nas férias da faculdade e algumas só podem viajar no final do ano. Porém, definindo essa data com antecedência, você saberá qual o valor em média da passagem, se os hotéis são mais caros nessa época e se o clima é bom nesse período.

Com o destino e data já programados, você já pode pegar a calculadora, papel e caneta e começar a fazer os cálculos. De fato você não terá os valores exatos porque esses podem mudar ao longo do tempo, porém você vai ter uma boa previsão deles.

Comece a ver quanto custa a passagem, a hospedagem, quanto você irá precisar gastar por dia na viagem e quanto custará os trechos internos (planeje se você vai precisar trocar de cidade ou país de ônibus, avião, barco, trem…).

Com essa previsão total do investimento, você precisa calcular se vai possível encaixar na sua realidade financeira. Caso você precise juntar, faça contas de quanto você consegue economizar por mês e siga à risca esse compromisso! Se você tiver cartão de crédito vai te ajudar no parcelamento da passagem e na reserva das acomodações. O quanto antes você começar a se planejar, melhor! Porque você consegue garantir melhores valores, cotação de moeda e pode pagando aos poucos sua viagem sem se enrolar com os boletos depois.

Informação não falta

Quando você define o lugar que vai viajar é muito importante buscar o máximo de informação possível sobre esse destino. Melhor época pra viajar, média de temperatura local, passeios e vida noturna, roteiros, custo de vida médio, melhor forma de levar o dinheiro, e etc.

Digo isso porque quando você usa de exemplo experiências de outras pessoas, você se previne de cometer alguns erros que essas cometeram, além disso, você pode pegar dicas que vão te ajudar a economizar e também ter mais ideias de roteiros para montar um com seu estilo de viagem.

Um exemplo pessoal, que me ajudou muito quando fiz uma viagem sozinha para Colômbia em 2017, foi quando estava buscando mais informações sobre qual a melhor forma de trocar moedas (real para peso colombiano). Descobri em um grupo do Facebook, de brasileiros que viajaram para Colômbia, que a melhor forma seria por meio da Western Union, por que eu ganharia mais na conversão. Nunca tinha usado o serviço deles, foi a primeira experiência e realmente economizei nessa conversão.

Aonde você pode encontrar informações? Grupos de Facebook, blogs de viagem, vídeos no Youtube, Instagram, ou até mesmo perguntar para uma pessoa que viajou para esse destino, mesmo que vocês não sejam amigos.

Passagem Aérea barata

A passagem sempre tem um peso muito grande no valor total da viagem. E por isso eu sempre começo por ela. Antes mesmo de montar meu roteiro, eu prefiro comprar a passagem e, a partir dela, eu começo a ver as cidades que irei viajar e aonde irei me hospedar.

Como fazer para garantir um bom valor na passagem? Primeiro, o ideal é acompanhar os valores durante algumas semanas ou, dependendo de quanto tempo você começa a se planejar, alguns meses. Cadastra-se nos sites de promoções de passagens, como o Melhores Destinos e receba as notificações de promoções.

Eu aconselho comprar a passagem entre 5 ou 6 meses de antecedência. Porém, não existe uma regra exata. Quando eu fui para o Peru comprei a minha passagem com 12 meses de antecedência e, sim, o valor estava valendo muito a pena pelo o que eu já havia comparado com alguns relatos. Paguei R$1.400,00 ida e volta com bastante antecedência.

Tem muita gente que opta pelas milhas. Nesse caso você precisa usar com frequência o seu cartão de crédito, que não é muito a minha praia. Mas caso você use com frequência, vale a pena também estar inscrito em programas de milhagem para trocar por desconto nas passagens aéreas.

Quando for comprar a passagem não deixe de comparar o valor em todas as plataformas que você puder. Ative o aviso de promoções dos sites e fique de olho. Foi assim que também consegui uma passagem com um preço ótimo para África do Sul. Já estava de olho há 3 meses, quando surgiu a promoção não perdi tempo.

Às vezes rola um medo no momento da compra, principalmente, se você estiver se programando com muita antecedência, por que você não sabe o que vai acontecer daqui a 1 ano ou 6 meses. Imprevistos acontecem, claro. Mas esse receio é normal, então se você viu que tem uma promoção e ela vale a pena, e você tem como pagar (que é um ponto importante para você não se enrolar), não pense duas vezes. Respira fundo e coragem! Depois da passagem comprada você vai ter certeza que a sua viagem vai acontecer.

Roteiro econômico como fazer?

Como montar um roteiro econômico? O roteiro econômico começa na escolha do destino. Se você quer fazer uma viagem lowcost não faz muito sentido escolher ir para resorts na ilha de Seychelles, Mônaco ou Bora Bora. Escolha um local em que dê para economizar.

Nem sempre lugares onde a moeda tem mais valor que o real significa que não de para economizar. Por exemplo, eu já fui para Londres com 200 libras para passar 6 dias, contei tudo nesse roteiro. Porém, geralmente é possível economizar mais em viagens pela América do Sul do que para a Europa.

A escolha dos passeios que você fará durante a sua estadia no destino também tem um peso grande no bolso. Pontos turísticos não são baratos! Por isso, é bom acrescentar passeios alternativos, museus gratuitos, feiras, parques e buscar fazer o que as pessoas locais fazem nos finais de semana. Para isso vai ser necessário pesquisar bastante, para descobrir o que podemos fazer além do clássico passeio turístico.

Outra dica importante para manter um roteiro mais barato, é fazer o máximo de coisas que der por conta própria. Claro que em alguns momentos é necessário e mais seguro contratar uma agência ou um guia. Sempre preze pela sua segurança antes! Mas tem coisas que você pode fazer sozinho e não precisa pagar taxas extras por isso.

Isso vale também para quem quer comprar pacotes de passeios antes de chegar no destino. Geralmente, você economiza quando contrata os passeios no próprio local, porque você pode negociar com agencias e guias locais e também terá mais opções para encontrar o melhor custo x benefício. Por exemplo, todos os passeios que eu contratei no Peru, comprei com agências locais e saiu mais baratos do que contratar pela internet pacotes fechados.

Nos trajetos internos, veja antes o que vai sair mais barato. Pode ser que de uma cidade para outra valha mais a pena ir de ônibus do que de avião. Se fizer bastante diferença e dependendo da distância, você pode fazer uma viagem noturna de ônibus e ir dormindo, já é menos uma noite em alguma hospedagem! Fiz bastante isso no meu mochilão de 30 dias na Europa. Na travessia da Inglaterra para Holanda, por exemplo, ou de Berlim para Praga, as passagens de ônibus eram mais em conta e eu cheguei de manhãzinha no destino, pronta para começar a explorar a cidade.

Nesse momento de montar o roteiro, esteja com o Google Maps aberto para otimizar o planejamento do seu trajeto! Vai ajudar bastante, uma viagem otimizada é uma viagem econômica. 

Onde se hospedar em uma viagem econômica

A hospedagem é, depois da passagem, o que vai ter maio peso no seu orçamento. Dependendo pode pesar até mais que a passagem, por isso é importante saber escolher.

Hostel? Hotel 3 estrelas? Air Bnb? Isso vai depender do seu gosto. No hostel os quartos são compartilhados, você teria problema de dormir em quartos com desconhecidos? No hotel não há atividades de interação, às vezes o clima é menos descontraído. Você vai viajar sozinho ou acompanhado? O Air Bnb se for compartilhado com outras pessoas que estejam viajando junto com você pode vale muito a pena.

Se a viagem for sozinho e você quer economizar eu aconselho o hostel. Comparado a um quarto de hotel, o custo pode valer muito a pena! E você ainda conhece pessoas de várias nacionalidades diferentes, faz amigos, tem atividades de interação e muita troca de experiência. Pessoas que geralmente se hospedam em hostel viajam bastante.

Boas plataformas para reservar o hostel é o hostelworld e o booking.com. Sempre observe os feedbacks dos hóspedes que passaram por lá, a localização, limpeza e segurança.

O Air Bnb eu aconselho mais se você for dividir com outras pessoas. Dividindo o valor de um apartamento por 2 ou mais acompanhantes pode ser um bom negócio. E, certamente, você se sente mais em casa.

Há também meios de se hospedar alternativos. Você já ouviu falar do Couchsurfing ou do Worldpackers?

O Couchsurfing é uma plataforma onde pessoas ao redor do muno disponibilizam seus sofás para você se hospedar gratuitamente! Muita gente faz amizade dessa forma. Claro que antes de ir para a casa da pessoa há uma conversa, entrevistas, e essa pessoa pode aceitar ou não que você se hospede na casa dela.

O Worldpackers é uma plataforma que você se inscreve para trabalhar como voluntário em hostels ao redor do mundo em troca de hospedagem. O tempo mínimo é de 2 semanas.

É importante saber que quando você reserva uma acomodação, você vai pagar uma pequena taxa de reserva e somente quanto você fizer o check in é que pagará o restante. Se planeje com esse gasto que você terá no momento que chegar na sua hospedagem.

Outra dica importante! Verifique o local aceita cartão de crédito! Por que já aconteceu comigo de chegar em um hostel de madrugada, em Ollantaytambo no Peru, e eles não aceitarem cartão! Foi um belo de um perrengue, mas no final deu tudo certo.

Como levar dinheiro para viagem

Existem muitas formas de levar o dinheiro para uma viagem. Nem sempre a mais econômica é a mais segura. Vale pensar por esse lado também.

Cash – Levar toda a quantia em dinheiro vivo. Caso opte por essa opção não esqueça do porta-dólar, você terá que andar com ele 24h por dia. Principalmente se estiver hospedado em um hostel.

Cartão Travel Money –  Dependendo do tempo de viajem e da quantia que está levando vale muito a pena! Conhecido como VTM, esse cartão é recarregável e você pode solicitar cargas sempre que quiser e fazer por transferência bancária. A única questão que as vezes você deixa de economizar, é que no momento dessa carga há uma taxa de IOF (6,38%) e fica um pouco mais caro que levar em cash. Porém é uma forma muito segura e você não precisa ficar se preocupando com suas notas. Você pode sacar nos ATM sempre que quiser e praticamente todos os lugares aceitam.

Caso faça o VTM com seu banco, fique atento se a conversão está mais alta que em casa de cambio. Você pode negociar esse valor. Às vezes os bancos acabam cobrando mais caro.

Wester Union – Pode ser a melhor forma de ganhar na conversão. Como funciona? Você vai em uma loja da Wester Union na sua cidade e leva o dinheiro em real, eles te dão um comprovante e registram seus dados. Quando você chegar no seu destino, vai em uma loja Wester Union local e pega o seu dinheiro em cash. Existe uma taxa da transferência internacional, que pode variar dependendo do valor para ser enviado.

Existem algumas outras plataformas de remessas internacionais, use se você conhecer outras pessoas que testaram o serviço porque, infelizmente, pessoas ruins existem e pode ser golpe.

Evite ao máximo sacar dinheiro diretamente do seu banco no exterior nos caixas 24h. Os bancos cobram taxas extremamente altas. Faça isso apenas em caso de emergência.

Como se planejar com o dinheiro pra levar?

Para saber quanto você vai precisar levar, calcule um valor estimado diário. Por exemplo, vou precisar de 50 dólares por dia. E tente não sair do valor estipulado durante a viagem! Para fazer esse calculo é legal pesquisar bastante sobre o custo de vida local (alimentação e transporte) e ter uma estimativa de valor dos passeios que você vai querer fazer.

Não esqueça de levar por fora aquele valor que você vai pagar a sua hospedagem no momento do check in caso contrate um hostel.

Economizar na alimentação na viagem

A alimentação faz parte do seu custo de vida diário durante a viagem. Comer também é lazer! Uma boa forma de economizar é escolher alguns dias para jantar/ almoçar em algum restaurante que você queria conhecer, fora isso a melhor dica é comprar no mercado e cozinhar!

Você pode ir no mercado diariamente, dia sim dia não, semanalmente, 1 vez durante a viagem, isso depende de como você prefere se organizar. Eu prefiro ir no mercado quando estou viajando dia sim dia não, se tiver um mercado pertinho de mim vou todo dia. Caso eu passe o dia inteiro fazendo passeios ou trilhas, compro pão, queijo, presunto, frutas e biscoitos e levo na mochila. E a noite, procuro fazer um jantar mais completo.

O legal é que se você estiver compartilhando uma acomodação, por exemplo em hostel, as pessoas costumam se unir e cozinhar juntos. Então você pode até dividir o valor da compra e tirar esse momento também para socializar e fazer novos amigos.

Não sou muito adepta da ideia de comer fast food durante a viagem para economizar. O melhor é cozinhar, e você ainda explora os mercados e feirinhas locais. Sempre tem algo diferente para experimentar. Tire um dia para comer fora em algum restaurante legal também. Porque merecemos e faz parte da diversão.

Formas de lazer alternativas durante a viagem

Acredito que a melhor dica que eu possa dar é: procure também por programas gratuitos! Em muitas cidades possuem walking tour gratuitos, e no final você pode dar uma contribuição no valor que quiser. Você pode se informar sobre essas opções no hostel e no trip advisor, por exemplo.

Em muitas cidades você também pode encontrar museus e parques onde acontecem eventos gratuitos. Vi muito isso em Londres e Berlim!

Quando estiver contratando um passeio, pesquise em mais lugares, de preferencia agencias ou guias locais, e sempre negocie! Peça desconto sem medo que na maior parte das vezes você vai conseguir.

Se estiver hospedado em algum local compartilhado, pergunte se mais pessoas querem fazer o mesmo passeio. Também existe a possibilidade de alugar um carro e compartilhar o valor, pode sair muito mais barato.

Transporte

Em alguns lugares do mundo táxi costuma ser muito caro! E ainda tem o detalhe de que em algumas cidades os taxistas querem dar de espertos em cima dos turistas. Para economizar ao máximo com o transporte durante uma viagem, existe apenas uma solução: use o máximo que puder dos transportes públicos!

Claro que em alguns lugares ou momentos é melhor pegar um táxi ou uber, mas sempre saiba das possibilidades. Antes de já chegar pedindo um serviço de táxi se informe como é possível se deslocar de transporte público ou até mesmo andando.

Saindo de aeroportos muitas cidades tem um sistema de metrô ou trem integrado. Ou se por acaso não tiver, leia antes sobre o custo médio do trajeto de um taxi até o bairro em que vai se hospedar. Se quiserem cobrar mais caro que o estimado, negocie.

Quando sair a noite para curtir a vida noturna da cidade, não deixe de verificar o horário do último metrô ou ônibus. Tem cidades que durante o final de semana esses transportes são 24h e você não vai precisar voltar de táxi da noitada.

Cada cidade tem um estilo, pode ser que seja comum as pessoas usarem mais bicicleta, por exemplo, então você tem a possibilidade de alugar uma, pode ser que as pessoas andem de motocicletas ou bugres, e pode ser que o sistema de transporte público seja péssimo e você tenha que usar aplicativos de serviços de transporte particular ou táxi.

O importante é saber que você vai precisar contar com esse gasto, então procure o máximo de informações para estar preparado.

Emergências

Por último, e não menos importante, as emergências acontecem. E o pior, é quando a gente menos espera! Então como estar preparado para isso? E quais tipos de emergências podem acontecer durante uma viagem?

Pode ser que durante o seu passeio tão esperado e planejado você precise usar serviços médicos. Desde uma consulta até alguma coisa grave que leve à internação ou cirurgia. Fora do nosso país esses serviços são muito caros! E na maioria dos lugares não existe SUS para turistas. Por isso, é muito importante ter um seguro viagem!

Pode ser que pareça uma economia deixar de contratar um seguro, mas na minha opinião é uma falta de responsabilidade. Conte com esse investimento no planejamento da sua viagem, porque se algum imprevisto que você precise de serviços médicos acontecer, você pode gastar até 3 idas à Paris, ou mais.

Pesquise sobre o valor da cobertura da apólice desse seguro, se você tiver doenças pré-existentes  e se for praticar esporte radicais também são detalhes importantes na escolha do seu seguro.

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