Antes de ir para Morro de São Paulo inclui no meu roteiro dois dias em Salvador. Apesar de já ter ido uma vez a trabalho, essa experiência foi completamente diferente. Dessa vez encontrei uma amiga, que estudou turismo e é daquelas baianas de alma e coração, e me ajudou muito a conhecer mais sobre a cidade. Ela me apresentou alguns passeios um pouco mais econômicos e alternativos do que aqueles passeios turísticos que já conhecemos.

Se você está planejando passar alguns dias em Salvador, seja sozinha ou acompanhada, quer economizar e ter uma experiência turística com uma pitada local, esse roteiro pode ajudar na sua viagem!

Onde ficar em Salvador

Como eu tive um ano suado de trabalho, decidi pegar um hotel maneirinho em Salvador. Achei uma promoção no booking.com, do Hotel Mercury Rio Vermelho, três meses antes da minha viagem. Por isso que sempre digo que é bom planejar tudo com antecedência!  O hotel tinha piscina com borda infinita, o melhor café da manhã que já vi e um bar com caipirinhas sensacionais. E se tem uma coisa que eu fiz bastante nessas férias, foi tomar caipirinhas ein!

Mas um, de outros diversos, pontos positivos do hotel foi a sua localização. O melhor bairro pra se hospedar em Salvador é o Rio Vermelho. É um bairro agitado, seguro,  jovem e boêmio, com praias, bares e fácil acesso para os pontos turísticos.

Confesso que tive uma certa vantagem de já ter uma amiga local que me ajudou com esse roteiro. Alguns meses antes da viagem, ela já tinha me dado várias dicas do que poderíamos fazer e quais seriam os lugares que eu não poderia deixar de conhecer nesses dois dias. E ela mesmo disse, que Rio Vermelho seria o melhor lugar para se hospedar.

Noite de Axé em Salvador

Confesso que eu nunca tinha ido a um show de axé, e amigos, nada se compara a um show de axé em Salvador. É a terra desse estilo musical! Comprei o ingresso de um evento chamado Show no Deck, que acontece no verão, uma semana antes da viagem.

Uma dica legal é acompanhar os eventos que vão acontecer em Salvador quando você for viajar, assim consegue se programar, por que os ingressos realmente acabam. Geralmente, os eventos usam a Sympla, é uma plataforma para vender os ingressos.

A noite de axé foi no Aquarius, show do Filhos de Jorge. Segundo minha amiga baiana “ um show de repercussão”. E olha, foi incrível a vibe do show. O lugar é pé na areia, pôr-do-sol e a vista da maravilhosa praia de Stella Maris, uma das mais limpas de Salvador. O ingresso do evento custou R$44,00 e lá as bebidas são um pouco caras, como qualquer outro show.   

O clima é bem diferente do Rio de Janeiro. As pessoas vão para os eventos para dançar a noite inteira, para suar e se divertir de verdade. Caso vá para um noite de axé na Bahia, use roupas confortáveis e nada de salto. E gente, incrível como todo mundo nesse lugar nasce com o axé no pé! Mulheres, homens, jovens, idosos, todos dançam muito! Me esforcei bastante para acompanhar.

Vida noturna em Salvador

Depois da noite de Axé que terminou por volta das 22:00, fomos para o Rio Vermelho aproveitar um pouco mais da vida noturna. O bairro é grande, mas a parte mais agitada é a orla da praia. A Rua da Paciência é a principal parte da orla e tem muitos bares legais. E você também vê muitas pessoas fora dos bares, na rua conversando e sentadas na mureta em frente à praia tocando violão e bebendo. Vale apena pegar uma cerveja em algum dos bares e apreciar a brisa do mar.

Um bar super conhecido e animado é o Chupito Bar.  É um bom lugar para começar!

Por ali também tem o Acarajé da Dinha, ficar no Largo de Santana, final da Rua da Paciência. Ali tem mais bares ao redor. É um ponto de encontro dos jovens locais. Acredito que seja o acarajé mais famoso do Rio Vermelho.

No final, peguei um acarajé no prato para levar para o hotel. E é o melhor pós axé que você pode ter! Tipo quando você sai da festa e tem uma van com cachorro-quente, aqui no Rio chamamos de podrão. Te garanto que acarajé pós axé tem um  final bem feliz.

Passeio Turístico no Mercado Modelo | Elevador Lacerda | Pelourinho

O segundo dia começou cedo. Peguei um ônibus com a minha amiga no Rio Vermelho e fomos em direção a um passeio que chamo de jornada na história. Tem muita história brasileira envolvida na antiga cidade de Salvador.  E a primeira parada foi o Mercado Modelo.

O Mercado foi criado em 1912 e já passou por cinco incêndios. Ele fica localizado entre o elevador Lacerda e a Baía de Todos os Santos. Foi construído ali estrategicamente para ser o centro de abastecimento principal da cidade. Hoje, é um mercado com mais de 250 lojas com artesanatos, comidas típicas e muita cultura baiana. Ponto turístico obrigatório de Salvador!

Saindo do Mercado Modelo, subimos o elevador Lacerda para cidade alta. Tenha moedinhas por que custa R$0,15 a passagem.  

A história do elevador Lacerda também é muito interessante. Ele foi criado em 1873 pelo empresário Antônio de Lacerda e foi o primeiro elevador urbano do mundo. Antes dele era muito difícil o transporte de mercadorias e a locomoção da população, era necessário subir e descer uma escadaria enorme e ladeiras íngremes. Lá em cima você tem uma vista incrível da Baía de Todos os Santos! Ótimo momento para fotos. O elevador te deixa diretamente na entrada do Pelourinho, o Centro Histórico de Salvador.

A história da cidade alta é tão antiga quanto à história da cidade de Salvador. O nome Pelourinho vem do local onde os escravos eram castigados pelos senhores de engenho. Ele ficava no centro da cidade alta (hoje em frente a casa de Jorge Amado), lá os escravos eram chicoteados em público para servir de exemplos para outros que ousassem contrariar o poder dos seus senhores. Depois, com a popularização do local, Pelourinho começou a se referir a parte da cidade alta entre o Terreiro de Jesus e a Igreja do Passo.

Durante o século XVI e XX, o Pelourinho era o bairro da aristocracia. Lá viviam senhores de engenho, políticos, grandes comerciantes e o clero.  Imagina o quanto de história não da pra apender nesse lugar?!

Coisas que você não pode deixar de fazer nesse passeio:

• Explorar as estreitas ruas e admirar as construções barrocas-portuguesas do século XVI
• Conhecer a casa de Jorge Amado
• Escolher um museu ou mais para visitar (tem muitas opções de museus)
• Olhar os artesanatos nas lojinhas locais e comprar se tiver dinheiro
• Provar um suco de limão com coco sentada no Largo do Pelourinho (ali que foi gravado o clip do Michael Jackson)
• Comer uma moqueca baiana em um dos restaurantes locais (dá para economizar nessa moqueca se você dividir com alguém, tudo na Bahia é bem servido)

Passeio alternativo em Salvador

Talvez esse fosse um lugar que eu jamais conheceria se uma pessoa local não tivesse me apresentado! Na Gamboa de Baixo fica a Praia do Solar do Unhão, é um passeio super alternativo em Salvador. Ela fica localizada ao lado do Museu de Artes Modernas da Bahia (MAM). Você pode optar por aproveitar o pôr-do-sol com um mergulho ou na mureta do Museu, que fica acima da praia.

A praia tem um visual diferente, por que você tem uma belíssima praia de pedras e, em contraste, o que também completa a vista diferenciada do local, você tem a Favela da Gamboa.

A praia é frequentada por todos os tipos de grupos, tem música rolando e, como sempre em Salvador, muita gente cantando e dançando enquanto curte a praia.

Visita na Praia do Farol da Barra

Depois do pôr-do-sol fomos diretamente para a Praia do Farol da Barra, é a praia mais famosa de Salvador e um ótimo lugar para jantar e curtir mais um pouco da vida noturna. Lá você vai encontrar turistas, locais e pessoas de todas as idades. Não é nada muito agitado, mas um bom lugar para passear pela orla, jantar e tomar uma cerveja para quem gosta.

Como eu já tinha ido ao farol na última vez que fui à Salvador, dessa vez eu só passei caminhando. Mas para quem vai pela primeira vez, vale apena ir durante o dia e subir o farol. Além da vista que é muito bonita tem um grupo lutando capoeira que é legal assistir também.

Na orla da praia, você vai encontrar muitos restaurantes e bares com música ao vivo. Sentamos em uma pizzaria e encerramos o dia em um bar com Karaokê.

No dia seguinte já estava deixando Salvador, rumo à Morro de São Paulo. Conto pra vocês como foram meus seis dias em Morro no próximo roteiro!